Tia Maria, quando criança, se atrasou na saída da escola, e na hora em que
foi voltar para casa já começava a escurecer. Viu uma outra menina passando
pelo cemitério e resolveu cortar, fazendo o mesmo trajeto que ela.
Tratou de apressar o passo até alcançá-la e se explicou:
– Andar sozinha no cemitério me dá um frio na barriga! Será que você se
importa se nós formos juntas?
– Claro que não. Eu entendo você – respondeu a outra. – Quando eu
estava viva, sentia exatamente a mesma coisa...
Do livro Sete histórias para sacudir o esqueleto. De Ângela Lago,
Editora Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2002.
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