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Desenvolvo este blog para que as colegas possam aproveitar as atividades aqui contidas na sua prática pedagógica diária. Muitas são de minha autoria, outras tantas retirei no Grupo Professores Solidários, Internet e de outras fontes.

Atualmente, aproveito ótimas atividades que colegas postam no grupo "Educando e Aprendendo" que fundei juntamente com Flávia Cárias e Sheila Mendes, para ser mais um veículo de comunicação para quem se dedica à importante Arte de Educar.

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Beijão da Tia Paula

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Decoração da sala de aulas - Postado no Grupo Educando e Aprendendo pela Professora Edma Costa

Especialistas dizem "não" às decorações das paredes com imagens estereotipadas, defendendo que elas reflitam o que acontecem com os alunos naquele ambiente

Educação Infantil
 
Muitos adultos que atuam nesse nível de ensino  acreditam que as crianças pequenas vão se sentir atraídas por imagens.

Consideram também que seus pais ficarão satisfeitos com o indício,transmitido pelos desenhos, de que a escola tem uma proposta direcionada aos pequenos. O que se esconde por detrás dessas escolhas e desses muros?
 
“Entrando em salas de aula de escolinhas e escolas, em geral, toma-se o maior susto. Uma olhada e já se percebe qual é a proposta da escola, como a professora encaminha o processo educacional, quais os valores em jogo...”. Isso acontece porque a estruturação do espaço, a forma como os materiais estão organizados, sua qualidade e adequação constituem elementos.

 “Se o espaço é fechado (referindo-se ao fato de que as  paredes estão decoradas por adultos), faz com que você perca a sua identidade (o que aconteceaté com adultos). As escolas que estão lá com o Mickey, a Mônica, estão refletindo que estão mortas, que a sua ação é a de  arte criada e não de criatividade ...”, problema deste tipo de desenho é que é estereotipado, enjoado, batido... É sempre o mesmo traço, sem movimento algum, mesmo no
cinema parece que os personagens não se mexem. É um traço duro, consumidor, sem novidade alguma... É como se fosse uma garrafa de Coca-Cola, sempre igualzinha, que não vai mudar nunca! E o pior é continuar impingindo isso para a criança, que não nutre nenhuma afetividade especial pelo Pato Donald, que preferiria um desenho que tivesse a ver com ela... É exatamente como se faz com a música de rádio, obrigando ao consumismo, ao condicionamento, por insistência, para fabricar um ídolo e não para suscitar prazer ou chegar ao ouvinte pelo nível afetivo...”

“Deixe afastadas as fadas  e os  dos super-heróis na televisão, fora da sala de aula” Isso também vale para as outras  instituições e quartos das crianças em casa . 
Isso leva a um comportamento massificado e é esteticamente feio eu diria pesado !

A possibilidade de uma criança estabelecer relações entre o que pensa e as imagens que vê fica comprometida”.

Há imagens, assim como textos, canções e muitas outras manifestações culturais, que pela qualidade estética possibilitam às pessoas estabelecer múltiplas e diferentes relações; outras, ao contrário, limitam e fecham. Por esse motivo, a intituições educacionais precisam examinar com atenção a qualidade dos produtos culturais que oferece cotidianamente para as crianças.
 
Gosto se discute

Mas, afinal, isso não é apenas uma questão de gosto? E não está estabelecido que gosto não se discute? : “Cada um tem seu conceito de beleza e almeja o belo, mas gosto se discute, sim, assim como cada um aprende a formar um arquivo de imagens e um repertório crítico”.  e que as imagens e os objetos falam, e é daí que vêm sua magia e perigo. Quando temos nas paredes apenas um único modelo perpetuado em  um desenho sem qualidade, fica difícil para a criança iniciar seu  processo de “alfabetização visual”, no qual teria que incorporar a possibilidade de crítica ao objeto: “Na falta de uma gramática e de uma sintaxe das imagens que nos dêem a segurança para interpretare criar, temos que desenvolver a percepção em vez de aceitar, passivamente, a invasão e a saturação de nossas retinas."
 
Ter consciência de que nenhuma imagem é inocente e natural é a primeira etapa para se manter o olho vivo e lidar com as implicações e limitações de ordem cultural, política e social que se escondem em  qualquer estética visual”.
 
Importante é permitir um movimento vivo e construído pelas próprias crianças, em vez de fixar determinados personagens ou imagens nas paredes. A instituição pode se transformar num espaço lúdico, onde todas as condições de segurança estão presentes, mas existe a liberdade para ojeito especial das crianças criarem.
 
Portanto,  quanto mais claras, limpas e luminosas forem as paredes, melhor. O colorido virá aos poucos, num movimento permanente, que mostra a alma da instituição e do trabalho desenvolvido por seu seducadores, por meio da produção das crianças. É preciso abrir, literalmente e metaforicamente, as janelas para expandir os horizontes do pensamento.

Quando as crianças, no início do ano, entram na sua sala de aula, as paredes estão totalmente brancas... não há nada dependurado nelas, não existe nenhum material exposto, apenas o essencial para uma organização mínima: bancos e coisas assim... Então, começamos a habitar esse espaço, sentir o corpo atuando nele..”. Após as atividades desenvolvidas pelas crianças em função dos projetos didáticos.
 
“E aí, no final do ano, há um céu no teto, todo pintado ou cheio de recortes, mil coisas... Um vão minúsculo, na parede, foi descoberto, e está lá demonstrado, apontado... A sala tem e reflete tudo o que aconteceu durante o ano, nas aulas de
matemática, de alfabetização, de informação sobre planetas etc... Estão lá, em destaque, o quadro das descobertas feitas e o quadro das dúvidas levantadas, porque conhecer não é só saber... É duvidar! Desta relação, que é de vida, é que vai se criando e se habitando esse espaço!”
 
“Importante, e muito, é que a sala de aula esteja nua...Se possível, a parede só caiada... Então, quando se transa um trabalho que foi importante para o grupo, se dependura eele aparece de modo muito mais nítido... Não importa se for um trabalho de desenho ou uma construção no espaço. Fundamental é que ele se coloca por inteiro, sem nenhuma interferência de outros elementos de fora, que atrapalham a própria visão do que foi feito, conseguido...”

A proposta desses educadores é que o projeto arquitetônico, os móveis, as paredes devam se constituir no melhor suporte possível para fazer emergir a expressão das crianças que ocupam o espaço.Jamais um efeito decorativo onde o visual sobrepuja a ação das
crianças.  . 

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, Volume1.
Secretaria de Educação Fundamental – Brasília MEC / SEF, 1998.
 
– Quem educa quem? Fanny Abramovich. Summus.
 
– As cem linguagens da criança.
Carolyn Edwards, Lella Gandini e George Forman. Edição Artmed.

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