Olá, fico feliz quando você vem aqui.

Desenvolvo este blog para que as colegas possam aproveitar as atividades aqui contidas na sua prática pedagógica diária. Muitas são de minha autoria, outras tantas retirei no Grupo Professores Solidários, Internet e de outras fontes.

Atualmente, aproveito ótimas atividades que colegas postam no grupo "Educando e Aprendendo" que fundei juntamente com Flávia Cárias e Sheila Mendes, para ser mais um veículo de comunicação para quem se dedica à importante Arte de Educar.

Se alguém encontrar algo que seja seu, deixe um recadinho que faço questão de lhe atribuir os devidos créditos.

Beijão da Tia Paula

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quarta-feira, 11 de maio de 2011

A colcha de retalho - Conceil Corrêa da Silva


 
    Desde pequeno Felipe adorava ir à casa de sua avó, porque lá ele podia fazer tudo que gostava.
    Um dia ao chegar, a vovó estava costurando uma colcha de retalhos, enquanto ela costurava, eles conversavam sobre as lembranças que cada pedacinho de pano trazia.
    Foi quando vovó pegou um pedacinho xadrez e deu um suspiro e disse, desse pano eu fiz uma camisa para o seu avô, hum que saudades... Então Felipe perguntou para vovó. O que é saudade? Vovó disse é algo que se sente, mas não dá para explicar, um dia você vai saber o que é.
    Depois de algum tempo. Felipe nem lembrava mais da colcha de retalho. Um dia ao voltar da escola, sua mãe lhe disse que vovó havia lhe mandado uma surpresa.
    Uma surpresa para mim? Disse o menino, onde está?
    Está em seu quarto, em cima da cama. Correndo o menino foi para seu quarto e viu a colcha de retalhos que vovó havia feito para ele, mas essa colcha, não era uma colcha qualquer, pois cada pedacinho de retalho que havia nela continha uma história, foi quando Felipe observou um retalho azul...
    Foi quando papai e mamãe viajou de férias e eu fiquei lá na casa da vovó. Nesse dia eu subi num pé de jabuticabeira, e cai, rasguei todo o meu short... Que vergonha! Vovó veio correndo lá de dentro. Pegou-me no colo com carinho e, depois nesse mesmo dia, resolveu fazer um short novo para mim. E fez deste pano aqui.
    De repente, Felipe começou a sentir uma coisa estranha dentro do peito. E aquilo foi aumentando, aumentando... Então Felipe pediu para sua mãe levá-lo até a casa da vovó.
    Não demorou nada e os dois estavam chegando na casa da vovó. Tocaram a campanhia e lá veio ela, atendê-los.
    - Parece que eu estava adivinhado que você vinha. Fiz chocolate do jeito que você gosta!
    Então Felipe disse: - Vovó me de um abraço, um abraço bem apertado.
    Vovó disse: aconteceu alguma coisa Felipe. E o menino disse em seu ouvido, preciso lhe contar um segredo: eu acho que já sei o que é saudade...

O sapo apaixonado - Desconheço o autor


             Era uma vez um sapo, que vivia numa floresta. Ultimamente estava se sentindo muito estranho... Sentia uns calafrios, ora umas ondas de calor, não sabia se estava alegre ou triste. Passava as noites perambulando. Dentro do seu peito tinha alguma coisa que fazia tum-tum. O que estaria errado com ele?
            Sabendo que o Seu Coelho era um animal muitíssimo letrado, resolveu consultá-lo para ver se descobria qual era o seu mal.
            - Seu Coelho, não sei o que está havendo comigo... (explicou seus sintomas)
            - Ah, Seu Sapo, o que faz tum-tum no seu peito é o seu coração, o meu também faz e não estou doente!
            - Mas, Seu Coelho, às vezes ele bate mais depressa que o normal... Ele faz assim: um-dois, um-dois...
            - Ahá!!!!! Você está apaixonado!!!!!!
            - APAIXONADO ??????????????? – espantou-se o sapo. Uau! Estou apaixonado!!!!!!!
           O sapo saiu da casa do Seu Coelho todo animado, até que pensou:
            - Ué, mas por quem será que estou apaixonado??? Ah, já sei!! Estou apaixonado pela Dona Pata!! Ela é tão linda e tão simpática!!!
           -  Mas será que ela vai gostar de mim?? Eu sou verde e ela é branca...
           Pensando em agradar sua amada, o sapo foi até sua casa e desenhou um lindo coração para dar à Dona Pata. Pegou também um buquê de flores do campo para entregar junto com o desenho, mas faltou coragem. Seu coração batia forte: tum-tum, tum-tum, tum-tum. Então ele foi até a casa dela, durante a noite, deixou o buquê na soleira, e o coração ele colocou por debaixo da porta.
           Quando Dona Pata viu o desenho na manhã seguinte, ficou toda encantada:
            - Meu Deus, que coisa mais linda!!!!! E olhe aqui na soleira, um buquê de flores!!!! Quem será que está me mandando estes presentes????
           De tanto pensar na Dona Pata, o sapinho apaixonado já não comia, já não dormia, caiu de cama !!!!! Os animais todos da floresta estavam preocupados com ele, e Seu Coelho convidou a Dona Pata para visitá-lo.
           Chegando lá, ela foi logo cuidando do Seu Sapo, levou um prato de sopa, um suco de laranja, ajeitou o travesseiro dele dizendo:
           - O que está havendo Seu Sapo?? Estou muito preocupada, pois gosto muito de você e...
          O sapo não deixou a Pata terminar. Encheu-se de coragem e foi falando:
           - Pata querida, eu também gosto muito de você, aliás, estou apaixonado, e é por isso que estou doente.
          Deste dia em diante, o Sapo e a Pata começaram a namorar, e até hoje o coração dos dois está fazendo tum-tum, só que agora juntinhos...
           Dessa união nasceram os sapatinhos!

Bufunfa no mundo das cores - Desconheço o autor

    Certa vez apareceu uma misteriosa caixa na floresta. Bufunfa, o elefante estava passeando quando tropeçou na caixa colorida.
    O que será? Pergunto para si mesmo.
    Então ele levou a caixa para casa e abriu para mãe ver. Que surpresa! Era uma caixa de lápis de cor! Ficou muito feliz, pois descobriu que o lápis era mágico, pois tudo que desenhava passava a existir. Mas bufunfa decidiu mudar a natureza e desenhou flores que nunca existiram antes, borboletas com cores estranhas, pássaros que nunca paravam de cantar, então desenhou um sol que brilhava de noite e lua que brilhava de dia. Mas enquanto isso, em outro planeta alguém estava muito triste, era o rei, pois a cor do seu planeta estava acabando.
    Mas Bufunfa, não parava de brincar com os lápis, resolveu fazer desenhos abstratos, aí resolveu desenhar fora da margem, enquanto isso no outro planeta, o rei estava apenas com uma gota de cor, e por isso estava abandonando – o.
    Enquanto o rei sofria, Bufunfa estava aprisionado em suas próprias linhas, pois tinha esquecido que os lápis eram mágicos, então ele rodeou, rodeou no espaço. De repente tudo escureceu e a figura triste do rei apareceu com os braços abertos, Bufunfa levou um susto danando, mas foi se acalmando vendo que as linhas malucas não existiam mais.
    Quando a coisa ficou mais clara, o rei explicou o quanto àquela caixa de lápis era importante para ele. Pois o rei precisava dela para pintar o seu planeta.
   Bufunfa nem piscou, deu a caixa de lápis mágico para o rei.
    O rei saiu satisfeito, agradeceu, mas antes de ir embora ele perguntou:
    - Você não vai precisar dela?
    Não, pois aqui no meu mundo a natureza já nasce linda e colorida, e não é necessário pintá-la.
    Então o rei volta para o seu planeta colorindo tudo pelo caminho.

O castelo amarelo - Malba Tahan


 
    - Vou contar, agora, para vocês uma história muito interessante. Uma história formidável!
    Quero combinar, porém, uma coisa com vocês.
    Prestem bem atenção:
    - Sempre que eu levantar a mão e fizer assim (levantar os braço0 vocês todos gritarão):
    - A-MA-RE-LO!
    Está bem? Combinado?
    Então a história começa assim:
     - Num lindo castelo vivia um rei, e esse castelo era lindo mesmo, e era todo... (amarelo)
    Mas esse rei tinha uma filha, é uma princesinha linda, ela era obediente, estudiosa, e muito alegre.
      - Todo o dia de manhã, muito cedo, a Princesinha vestia seu vestido... (amarelo).
     - E ia ao jardim do castelo e colhia um cravo... (amarelo).
      - Um dia estava o rei muito ocupado, trabalhando em seu escritório, quando a princesinha apareceu. Os olhinhos arregalados.
      - O que foi minha filha? Esta noite... Eu estava... Dormindo... De repente... Ouvi... No corredor... Um barulho...Acordei...Abri os olhos e vi... Diante da porta - do meu quarto - um fantasma... (amarelo).
     - O rei ouviu sua filha contar o caso do fantasma, disse logo:
      - Isso deve ser peraltice do copeiro, o Sebastião. É um rapaz muito brincalhão! Mas vou acabar com as suas brincadeiras.
    Mandou chamar o chefe da guarda. O chefe dos guardas apareceu logo.
     - Pronto Majestade! Às ordens!
Disse o rei:
      - Chefe dos Guardas! Esta noite minha filha estava dormindo, de repente ouviu um barulho qualquer no corredor e acordou. Pois bem, na porta do quarto minha filha viu um fantasma... (amarelo).
       - É o Sebastião, o copeiro, que vive assustando todo mundo com aquele lençol amarelo, só pode, ele errou de quarto e assustou a princesinha, mas não se preocupe que vou dar um jeito nele.
    Então o chefe da guarda preparou uma lata de tinta azul, e quando o copeiro passasse vestido com seu lençol amarelo ele iria jogar a tinta azul nele.
    Quando anoiteceu, o chefe da guarda ficou escondido atrás da porta esperando o fantasma passar, de repente ouviu... Cháápe... Cháápe...
    - Quem seria? O fantasma... (amarelo).
    Então o guarda pegou a lata de tinta na mão e quando o fantasma se aproximou, zás... Jogou a tinta azul no fantasma, que ficou... Ficou... (azul)...
    Não ficaram verdes, vocês erraram a história, pois quando eu misturo, a tinta azul com o amarelo dá verde. Então peçam para a professora fazer essa experiência para ver se a minha história é verdadeira.

Pretinho: Meu Boneco Querido... - Maria Cristina Furtado

    Em um bairro, próximo à praia, mora uma menina, a qual, todos chamam carinhosamente, de Nininha.
    Só que Nininha, ficava sempre muito aborrecida, porque sua mãe não a deixava ver a rua, os vizinhos...
    Na sua casa existia um cachorro, o Hulk, que é chamado “Cão de Guarda”. Com este, a mãe também não deixa Nininha brincar, pois é perigoso e muito feroz.
    A menina tinha uma linda coleção de bonecos, é... Vocês precisavam ver, que gracinha... Todos os bonecos arrumadinhos, de mãos dadas... Dando enorme beleza ao quarto.
    Foi aí que Nininha resolveu me contar um segredo, mas ela me permitiu contar a vocês.
    - Ela me disse, que seus bonecos não são iguais aos outros, pois eles confiavam nela. Dessa forma..., São meus amigos, brincam e falam comigo. Não criam vida escondida, como acontece à maioria dos bonecos que existem.
    Quando Nininha fez sete anos, sua mãe levou - a em uma loja para escolher um presente e... Quando a menina viu o Carlos, desejou que fosse seu.
    Logo que chegou em casa, Carlos descobriu que podia confiar em Nininha, passou a falar como os outros e disse para chamá – lo de Pretinho, como todos faziam...
    Isso mesmo, Carlos era pequeno e tinha a cor preta.
    Nininha o colocou na prateleira, junto com os demais bonecos. Mas, sem entender porque, constantemente se surpreendia, quando ao procurar por Pretinho, ele estava escondido no armário.
    Por sua vez, brigava com ele, e fazia - o sair do armário e voltar para seu lugar na prateleira. Mas Nininha não sabia o que acontecia no quarto, na sua ausência.
    Quando só ficavam os brinquedos no quarto, eles criavam vida, é... E começavam a brincar, mas não deixavam Pretinho brincar com eles, pois diziam que onde o Pretinho tocasse iria ficar sujo, pois ele era preto. Diziam a ele:
     - Vê se entende, aqui só entra boneco branco.
    Sem dizer, que o urso Malaquias gritava:
     - Pretinho quando não faz bobagem na entrada, faz na saída. É aí todos os bonecos riam...
    Então Pretinha diz: Ninguém me dá confiança, ninguém gosta de mim, então vai e entra no armário.
    Mas quando Nininha chega vê que Pretinho está novamente no armário, abriu a porta e diz zangada:
     - Outra vez, Pretinho! Pega – o pela orelha e leva – o para o seu lugar, enquanto prossegue brigando.
    Então Nininha vai dormir. Algumas horas depois, é acordada, por em chorinho... Fica assustada, acha que é um ladrão, depois que é em fantasma...
    Então bem devagarinho, acende a luz do abarjurzinho. Está com medo, abre os olhos e procura ver o quarto todo. Então vê que está faltando um. Quem é: Pretinho.
    Aborrecida, Nininha, vai até o armário e diz:
     - Outra vez, Pretinha. Que mania! Então o boneco volta a chorar. Nininha pega o boneco, e diz:
     - Não quero mais ser preto. Eu quero ser branco.
     - Meu Deus, mas que idéia doida. Por quê?
     - Os outros bonecos caçoam de mim.
     - Caçoam de você?
     - Sim. Não gostam de mim, porque sou preto.
     - Eu custo a acreditar, que seus amigos ajam assim, com você.
    A menina para um pouco, procurando pensar, diante de tudo que ouvir. E pergunta:
     - Pretinho, é por causa disso que você vive se escondendo no armário?
     - É, sim. É por isso mesmo. Agora você já sabe... Eu tenho vergonha...
     - Ah! Pretinho, você não sabe o quanto tudo isso me deixa triste. Eu gosto de todos vocês: branco, preto, amarelo. Todas as cores são bonitas.
    Então Nininha abraça Pretinho e diz: __ Eu o amo.
    No outro dia, enquanto Nininha vai para a escola, como sempre, os bonecos criam vida, e começa a caçoar de Pretinho, até que acabam em briga, é... Briga mesmo.
    A boneca de pano que sempre foi amiga de Pretinho ajuda – o, e no desespero pede para ele fugir, e nessa fuga, Pretinho corre e pula a janela, no qual o cachorro Hulk vem e pega – o. Os bonecos apavorados com a cena ficam estáticos e assustados.
    De repente escutam a voz de Nininha que chega mais cedo da escola. E chega perguntando por Pretinho, não o encontra, e preocupada, quase grita perguntando: __ O que aconteceu? E a boneca de pano, aos soluços e gaguejando diz: __ O Hulk... É o Hulk comeu o Pretinho.
    Malaquias continua falando: 
     - É sim. E a culpa é toda nossa. Minha, de Fafá e de Malaquias. Nós fizemos maldade com ele.
     - Queríamos pintá-lo de várias cores. – Diz Malaquias.
      - Nós estávamos com ciúmes... Mas não queríamos que isso acontecesse __ explica a boneca Fafá.
    Nininha deu um grito e sai correndo...
     - Não... Não pode ser...
     - Mamãe o Hulk comeu o Pretinho.
    Entre soluços, a menina pede ajuda à mãe.
    Procuraram sem resultado, em todos os lugares. Por fim, vão até o canil e... , para tristeza geral, encontram um pedacinho da roupa de Pretinho no chão.
     - Ah! Não... Mamãe. O Hulk comeu mesmo o Pretinho.
     - Eu nem sei o que dizer... Trouxe uma surpresa tão linda, para Pretinho.
     - Como puderam! Uma das piores coisas que pode existir é a ignorância. E só a total ignorância, pode levar alguém a gostar ou não de uma outra, por ser alto, baixo, gordo, magro, branco, preto...
    Eu amo Pretinho, como amo a todos vocês.
     - Eu juro que não queria que isso acontecesse. Juro... ___ diz a boneca Fafá.
     - Ora... Vamos... Vocês viviam desfazendo dele, aproveitando-se por serem maiores. E além do preconceito da cor, vocês estavam com ciúmes.
     - Mas agora..., Parece que arrancaram um pedaço do meu coração...
    Eu queria tanto que Pretinho estivesse aqui.
    De repente, ouve uma vozinha...
     - Eu estou aqui...
     - Quem falou? ___ pergunta Nininha.
     - Aqui, na janela.
     - É a voz de Pretinho __ diz a boneca de pano.
     - Ajudem – me..., Eu não consigo subir sozinho.
    Malandrinho rapidamente dá a mão a Pretinho e colocando – o para dentro do quarto abraça-o.
    Eu consegui escapar e o Hulk só conseguiu pegar um pedaço da minha roupa.
    Então os bonecos abraçam Pretinho e dizem: __ sentimos muito pela maneira como vínhamos lhe tratando. Você é boneco como nós... Tem os mesmos deveres e também os mesmos direitos.
    Nisso Pretinho diz:
    - Nininha, não leve a mal, mas de hoje em diante, eu quero ser chamado pelo meu nome, Carlos, pensei que eu fosse o único pretinho que existisse..., Mas não sou. Somos uma grande raça...
    A menina deu – lhe um beijo e foi dormir.
    No outro dia Nininha deu de presente uma boneca para Carlos e... - Zuzu, aquela boneca linda e africana, e o nosso amigo Pretinho, nem imagine ficou com um grande sorriso maroto...    

A Fada das Lágrimas - Anônimo

 
    Aninha se levantou muito contente.
    E disse a mãe:
    - Mãezinha, estou tão contente. Olhe, que dia lindo! __ disse Aninha.
    Então sua mãe disse:
    - Tome banho e desça para tomar café.
    Meia hora mais tarde, sentada na escada que dá para o jardim, Aninha chorava muito. Não achava nada bonito. Tinha esquecido a beleza e o perfume das flores. O dia se tornara feio e cinzento. As lágrimas corriam pela sua face, caindo no seu avental que acabou molhado.
    Aninha chorava tanto, que, de repente, aconteceu algo extraordinário: uma de suas lágrimas caiu sobre os seus joelhos, mas não correu pela perna da menina. Ela foi aumentando, mudando de forma até se converter em uma fada.
    Que perguntou a Aninha:
    - Por que você está chorando?
    - Ai... Não me lembro! - Mas quem é você?
    - Sou a fada das lágrimas - respondeu a fada - meus duendes me contaram que você está desperdiçando suas lágrimas.
    É, chorando sem razão!
    Os meus duendes trabalham recolhendo lágrimas, para levá-las ao castelo das lágrimas, que é onde moro...
    Então a fada a convidou para ir até o castelo, onde os duendes levam as lágrimas, e Aninha quis ir, então a fada bateu sua varinha em Aninha e a menina começou a encolher, assim a fada e Aninha voaram até o castelo.
    Chegando ao castelo, disse a fada, levando Aninha para um salão enfeitado com milhares de pingentes, dos quais pendiam contas brilhantes e coloridas. E Aninha perguntou: 
     - O que é isso? São lágrimas disse a fada.
    As lágrimas recolhidas pelos duendes. Então a menina quis saber onde estavam as delas. E a fada responde: 
     - As suas não estão aqui, porque estas são lágrimas de felicidade. Então Aninha pegou uma das lágrimas e olhou dentro dela e viu uma jovem recebendo uma carta que lhe trazia notícias do seu bem amado. Aninha viu outras lágrimas que pareciam pérolas. Não brilhavam como as outras, mas tinha uma beleza especial. Nisso Aninha viu outras lágrimas feias e negras.
    Como são feias?
    As lágrimas inúteis sempre são feias. São derramadas por crianças manhosas, teimosas e briguentas.
    Olhe, aqui estão as suas. Aninha estava vermelha de ver vergonha.
    Então Aninha disse a fada. Prometo – lhe que vou tentar não me esqueceu do que você me falou, pedindo desculpas aos duendes, pois chorar à toa não é bom.
    E em seguida a menina sentiu que a brisa levantava – a suavemente, como se fosse uma pluma, deixando – a cair na escada do jardim, de onde ela tinha saído.
    Então, Aninha olhou para o céu, suspirou e murmurou. Faria o possível para não chorar mais sem razão.
    E entrou em casa para lanchar. E prometeu nunca mais chorar.

O urso da meia lua - Clarissa Pinkola Estés



    Numa linda floresta de pinheiros, morava uma camponesa com seu marido. Um dia seu marido precisou ir para a guerra, onde lutou por muitos anos. Quando afinal foi liberado, voltou para casa com o pior dos humores. Recusou – se a entrar em casa porque havia acostumado a dormir nas pedras.
     Ao tomar conhecimento das voltas de seu marido a jovem mulher, ficou muito feliz, porque o amava muito. Fez compras, preparou pratos saborosos, tigelas e tigelas de queijo branco de sopa, peixes, algas, arroz salpicado de camarões frios, grandes, alaranjados.
    Com um tímido sorriso levou os alimentos até o bosque e ajoelhando – se ao lado do marido esgotado pela guerra ofereceu – lhe a refeição que havia preparado. Ele se pôs em pé e chutou as travessas de modo que o queijo de soja caiu, os peixes saltaram no ar, as algas e o arroz caíram na terra e os grandes camarões alaranjados rolaram pelo caminho abaixo.
    Desesperada foi procurar a gruta da curandeira que morava fora da aldeia.
    Meu marido foi para a guerra e está com grave problema, preciso que a senhora me ajude, fazendo uma poção mágica para ele voltar a ser gentil e carinhoso comigo.
    Para poder ajuda – lá vou precisar que a senhora suba a montanha, encontre o urso negro e me traga um único pelo branco da meia - lua que ele tem no pescoço.
    Outra mulher havia desistido, mas ela não, pois era forte e amava seu marido.
    Preparou uma cesta de alimentos e subiu a montanha à procura do urso, lutou muito para vencer as dificuldades da subida à montanha, mas não desistiu, pois era uma mulher que amava.
    Ao chegar lá no alto abrigou – se numa caverna rasa e mal conseguiu lugar para seu corpo inteiro.
    Ao amanhecer, saiu da caverna e foi procurar o urso, mas não precisou procurar muito, pois viu suas pegadas na neve.
    Encontrando – o, começou a colocar alimento todos os dias na abertura da caverna onde o urso costumava dormir, e assim, o urso sentia cheiro de comida saia da toca rugindo tão alto que pequenas pedras deslocaram – se de seu lugar, também sentia cheiro de gente, mas comia a comida e voltava para a toca.
    Pacienciosamente a mulher alimentou o urso durante várias noites, até que sentiu coragem para ficar perto da toca. Pôs a comida na tigela e ficou perto da toca junto à abertura. Quando o urso saiu e viu um par de pequenos pés humanos ao lado da comida virou a cabeça de lado e rugiu tão alto que fez os ossos do corpo da mulher zumbirem.
    Ela tremeu, mas não recuou. Apavorada a mulher falou: __ Querido urso, por favor, vim toda essa distância em busca, de cura para o meu marido e alimentei – o todas as noites, será que eu poderia ficar com um pêlo branco da sua meia lua do seu pescoço? O urso parou, pensou e ficou com pena da mulher. É verdade disse o urso da meia lua, você foi boa para mim, pode ficar com um dos meus pêlos, mas arranque – o rápido vá embora e volte para sua gente. O urso ergueu seu enorme focinho para que aparecesse a meia – lua branca do seu pescoço, e a mulher viu até a forte pulsação do seu coração. Pôs uma das mãos no pescoço do urso, e com a outra segurou no pescoço do urso, e com a outra segurou um único pêlo branco e lustroso. Arrancou – o rapidamente, agradeceu o urso, e saiu correndo. Tropeçou, rolou montanha abaixo até chegar na cabana da curandeira, onde sentada, estava cuidando do fogo.
    Olhe! Olhe! Consegui, encontrei, conquistei um pelo branco do urso, gritou a jovem mulher.
    A curandeira observou a mulher, pegou o pêlo de um branco puríssimo e segurou perto da luz. De repente, ela se voltou e lançou o pêlo no fogo, onde estalou, pipocou e se consumiu numa bela chama laranja.
    - Não, gritou a mulher __ O que a senhora fez.
    - Fique calma. Está tudo bem, tudo certo, disse a curandeira.
    - Você se lembra de cada passo que deu para escalar a montanha? Você se lembra de cada passo que deu para conquistar a confiança do urso da meia – lua. Você se lembra do que viu, do que ouviu e do que sentiu?
    - Lembro – me disse a mulher.
    - Então, minha filha __ disse a velha curandeira, com um sorriso meigo – volte para casa com seus novos conhecimentos e proceda da mesma forma com seu marido. Conquiste tudo aquilo que desejar!