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Desenvolvo este blog para que as colegas possam aproveitar as atividades aqui contidas na sua prática pedagógica diária. Muitas são de minha autoria, outras tantas retirei no Grupo Professores Solidários, Internet e de outras fontes.

Atualmente, aproveito ótimas atividades que colegas postam no grupo "Educando e Aprendendo" que fundei juntamente com Flávia Cárias e Sheila Mendes, para ser mais um veículo de comunicação para quem se dedica à importante Arte de Educar.

Se alguém encontrar algo que seja seu, deixe um recadinho que faço questão de lhe atribuir os devidos créditos.

Beijão da Tia Paula

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Pretinho: Meu Boneco Querido... - Maria Cristina Furtado

    Em um bairro, próximo à praia, mora uma menina, a qual, todos chamam carinhosamente, de Nininha.
    Só que Nininha, ficava sempre muito aborrecida, porque sua mãe não a deixava ver a rua, os vizinhos...
    Na sua casa existia um cachorro, o Hulk, que é chamado “Cão de Guarda”. Com este, a mãe também não deixa Nininha brincar, pois é perigoso e muito feroz.
    A menina tinha uma linda coleção de bonecos, é... Vocês precisavam ver, que gracinha... Todos os bonecos arrumadinhos, de mãos dadas... Dando enorme beleza ao quarto.
    Foi aí que Nininha resolveu me contar um segredo, mas ela me permitiu contar a vocês.
    - Ela me disse, que seus bonecos não são iguais aos outros, pois eles confiavam nela. Dessa forma..., São meus amigos, brincam e falam comigo. Não criam vida escondida, como acontece à maioria dos bonecos que existem.
    Quando Nininha fez sete anos, sua mãe levou - a em uma loja para escolher um presente e... Quando a menina viu o Carlos, desejou que fosse seu.
    Logo que chegou em casa, Carlos descobriu que podia confiar em Nininha, passou a falar como os outros e disse para chamá – lo de Pretinho, como todos faziam...
    Isso mesmo, Carlos era pequeno e tinha a cor preta.
    Nininha o colocou na prateleira, junto com os demais bonecos. Mas, sem entender porque, constantemente se surpreendia, quando ao procurar por Pretinho, ele estava escondido no armário.
    Por sua vez, brigava com ele, e fazia - o sair do armário e voltar para seu lugar na prateleira. Mas Nininha não sabia o que acontecia no quarto, na sua ausência.
    Quando só ficavam os brinquedos no quarto, eles criavam vida, é... E começavam a brincar, mas não deixavam Pretinho brincar com eles, pois diziam que onde o Pretinho tocasse iria ficar sujo, pois ele era preto. Diziam a ele:
     - Vê se entende, aqui só entra boneco branco.
    Sem dizer, que o urso Malaquias gritava:
     - Pretinho quando não faz bobagem na entrada, faz na saída. É aí todos os bonecos riam...
    Então Pretinha diz: Ninguém me dá confiança, ninguém gosta de mim, então vai e entra no armário.
    Mas quando Nininha chega vê que Pretinho está novamente no armário, abriu a porta e diz zangada:
     - Outra vez, Pretinho! Pega – o pela orelha e leva – o para o seu lugar, enquanto prossegue brigando.
    Então Nininha vai dormir. Algumas horas depois, é acordada, por em chorinho... Fica assustada, acha que é um ladrão, depois que é em fantasma...
    Então bem devagarinho, acende a luz do abarjurzinho. Está com medo, abre os olhos e procura ver o quarto todo. Então vê que está faltando um. Quem é: Pretinho.
    Aborrecida, Nininha, vai até o armário e diz:
     - Outra vez, Pretinha. Que mania! Então o boneco volta a chorar. Nininha pega o boneco, e diz:
     - Não quero mais ser preto. Eu quero ser branco.
     - Meu Deus, mas que idéia doida. Por quê?
     - Os outros bonecos caçoam de mim.
     - Caçoam de você?
     - Sim. Não gostam de mim, porque sou preto.
     - Eu custo a acreditar, que seus amigos ajam assim, com você.
    A menina para um pouco, procurando pensar, diante de tudo que ouvir. E pergunta:
     - Pretinho, é por causa disso que você vive se escondendo no armário?
     - É, sim. É por isso mesmo. Agora você já sabe... Eu tenho vergonha...
     - Ah! Pretinho, você não sabe o quanto tudo isso me deixa triste. Eu gosto de todos vocês: branco, preto, amarelo. Todas as cores são bonitas.
    Então Nininha abraça Pretinho e diz: __ Eu o amo.
    No outro dia, enquanto Nininha vai para a escola, como sempre, os bonecos criam vida, e começa a caçoar de Pretinho, até que acabam em briga, é... Briga mesmo.
    A boneca de pano que sempre foi amiga de Pretinho ajuda – o, e no desespero pede para ele fugir, e nessa fuga, Pretinho corre e pula a janela, no qual o cachorro Hulk vem e pega – o. Os bonecos apavorados com a cena ficam estáticos e assustados.
    De repente escutam a voz de Nininha que chega mais cedo da escola. E chega perguntando por Pretinho, não o encontra, e preocupada, quase grita perguntando: __ O que aconteceu? E a boneca de pano, aos soluços e gaguejando diz: __ O Hulk... É o Hulk comeu o Pretinho.
    Malaquias continua falando: 
     - É sim. E a culpa é toda nossa. Minha, de Fafá e de Malaquias. Nós fizemos maldade com ele.
     - Queríamos pintá-lo de várias cores. – Diz Malaquias.
      - Nós estávamos com ciúmes... Mas não queríamos que isso acontecesse __ explica a boneca Fafá.
    Nininha deu um grito e sai correndo...
     - Não... Não pode ser...
     - Mamãe o Hulk comeu o Pretinho.
    Entre soluços, a menina pede ajuda à mãe.
    Procuraram sem resultado, em todos os lugares. Por fim, vão até o canil e... , para tristeza geral, encontram um pedacinho da roupa de Pretinho no chão.
     - Ah! Não... Mamãe. O Hulk comeu mesmo o Pretinho.
     - Eu nem sei o que dizer... Trouxe uma surpresa tão linda, para Pretinho.
     - Como puderam! Uma das piores coisas que pode existir é a ignorância. E só a total ignorância, pode levar alguém a gostar ou não de uma outra, por ser alto, baixo, gordo, magro, branco, preto...
    Eu amo Pretinho, como amo a todos vocês.
     - Eu juro que não queria que isso acontecesse. Juro... ___ diz a boneca Fafá.
     - Ora... Vamos... Vocês viviam desfazendo dele, aproveitando-se por serem maiores. E além do preconceito da cor, vocês estavam com ciúmes.
     - Mas agora..., Parece que arrancaram um pedaço do meu coração...
    Eu queria tanto que Pretinho estivesse aqui.
    De repente, ouve uma vozinha...
     - Eu estou aqui...
     - Quem falou? ___ pergunta Nininha.
     - Aqui, na janela.
     - É a voz de Pretinho __ diz a boneca de pano.
     - Ajudem – me..., Eu não consigo subir sozinho.
    Malandrinho rapidamente dá a mão a Pretinho e colocando – o para dentro do quarto abraça-o.
    Eu consegui escapar e o Hulk só conseguiu pegar um pedaço da minha roupa.
    Então os bonecos abraçam Pretinho e dizem: __ sentimos muito pela maneira como vínhamos lhe tratando. Você é boneco como nós... Tem os mesmos deveres e também os mesmos direitos.
    Nisso Pretinho diz:
    - Nininha, não leve a mal, mas de hoje em diante, eu quero ser chamado pelo meu nome, Carlos, pensei que eu fosse o único pretinho que existisse..., Mas não sou. Somos uma grande raça...
    A menina deu – lhe um beijo e foi dormir.
    No outro dia Nininha deu de presente uma boneca para Carlos e... - Zuzu, aquela boneca linda e africana, e o nosso amigo Pretinho, nem imagine ficou com um grande sorriso maroto...    

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